04 julho 2012

Uma empanada e um sorvete

Sempre que viajamos, gostamos de curtir a cidade como os moradores dela curtem. Restaurantes, supermercados, bares, metrô, ônibus são ítens importantíssimos para fazer seus dias de passeios mais emocionantes e poder conhecer de perto a vida de um povo. 
Nessa nossa volta à capital portenha, estávamos em busca de comidinhas mais quentes, já que o frio está bem intenso, mas também não poderíamos deixar de tomar o famoso sorvete argentino, que no verão é um tremendo sucesso mas que também não perde seus adeptos durante os dias de inverno. 
Assim, procurando por empanadas (famoso salgado argentino, geralmente recheado com carne ou presento e queijo ou frango) e acabamos encontrando muito mais. Andando pela movimentada Calle Corrientes, a rua que não dorme, passamos em frente a um charmoso e clássico restaurante que causa um delicioso contraste com as modernas lojas e outdoors luminosos da rua. Entramos chamados pelas fotos das empanadas e dos chocolates com churros.
Entramos e de repente, parecia que estávamos em uma festa particular, com um público praticamente todo acima dos 70 anos. Por um momento pensei: ops, entramos no lugar errado. Mas não, o garçom veio e nos ofereceu uma mesa. 
Em seguida, um clássico argentino, de cabelos grisalhos e alinhado dentro de um terno preto e gravata vermelha, anunciou que os trabalhos daquela noite dariam inicio e, que pessoas da cidade que gostavam de se reunir para cantar tango iriam se apresentar no local.
Olha, vou confessar para vocês, foi a melhor noite de todas durante nosso passeio. Ouvimos o bom e verdadeiro tango, sem aquelas roupas brilhosas, muita dança exagerada e a preços salgados totalmente voltados para o turista. Pelo contrário, ouvimos emoção, simplicidade, verdade e paixão através de lindas vozes. Algumas mais roucas e delicadas devido o avançar da idade e outra jovem e empolgada, de alguém com 27 anos de idade. 
Por ali nos sentimos em casa, notaram nossa presença, perguntaram de onde éramos, lembraram detalhes de nosso país e agradeceram carinhosamente nossa presença e permanência naquele local.
Comemos as empanadas, tomamos um café quentinho e experimentamos o famoso sorvete que é vendido há mais de cem anos pela sorveteria mais antiga ainda em funcionamento: a El Vesuvio (Corrientes 1181), inaugurada em 1902 e que, como quase todas as pioneiras, chegou pelas mãos de imigrantes italianos que trouxeram na bagagem receitas familiares secretas.
Na época, duas pessoas giravam uma manivela por cerca de 1h45 para preparar a mistura. A Vesúvio é mencionada inclusive no tango La Ultima Grela, de Horacio Ferrer, musicado depois por Piazzolla.




 








Não deixe de ver o vídeo e apreciar a emoção do homem que conta através do tango uma história de amor e saudade. O vídeo é curto mas é um pequeno relato do que vocês podem ver por lá. Fomos numa segunda-feira, dia em que acontecem os encontros de cantores de tango.

Espero que quando forem visitar a cidade deem uma passadinha por lá, ou em lugares como este, para sentir de verdade o que é o tango Argentino.


Beijokas a todos!!!!

2 comentários:

  1. Gostei do post! Bjim cheio de saudades...
    Ana Luiza.

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  2. Que delícia Buenos Aires!!!!!!!!!!quer mais fotos!!!E dicas!!!

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Obrigada por mergulhar comigo! Este é um espaço democrático para falar sobre coisas boas!